Como ouvir podcast no seu celular ou smartphone?

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O que é um podcast? Nos termos desse artigo, se trata de um arquivo de áudio enviado para seu celular através de um aplicativo capaz de ler um endereço de download na internet. Qual o melhor podcast? Isso mesmo, o Autoria! Um podcast é uma mídia maravilhosa de programa de entretenimento ou informação gravada apenas em áudio, quase uma rádio online, que você pode baixar quando quiser e ouvir quando quiser, onde quiser. É um ótimo modo de se manter informado ou entretido enquanto está na academia, toma aquele banho ou vem cansado dentro do ônibus ou carro depois de um dia de trabalho. No nosso caso, o Autoria Podcast é um programa voltado para o mundo literário e nerd, com assuntos que variam desde indicações de livros, lançamentos das principais editoras e autores nacionais, comentários sobre filmes e notícias do mundo nerd. E você pode ouvir tudo isso gratuitamente, tendo apenas que baixar um aplicativo gratuito em seu celular e inserir o endereço para que ele encontre os arqu

Como criar bons personagens que cativam o leitor

Como criar personagens que cativam o leitor usando um paradigma simples. Aprenda a dar profundidade àqueles personagens importantes de sua história.


A história não existiria sem personagens para cruzá-la. Verdade absoluta (?). Mas, o que faz um personagem ficar marcado na memória de um leitor? Não acredito em regras na arte da escrita, mas há técnicas que podem dar bons resultados quando você as aplicam moldando-as à sua personalidade e modo singular de escrever.

O que vou mostrar aqui é um paradigma para criar bons personagens – um modelo que pode servir de base para a construção de um personagem, mas, a qualquer momento, pode ser quebrado por qualquer escritor que queira fazê-lo e, ainda assim, criar personagens cativantes.

Personagem bom vs personagem ruim

Nessa questão puramente instintiva, o que define um personagem como sendo bom ou ruim pode ser o contexto em que ele está inserido, o tipo de história contada e até o público-alvo dessa história.

Ao criar um personagem para uma história infantil, os estereótipos de “vilão” e “herói” podem ser bem acentuados e isso não caracterizaria o personagem como ruim ou mal feito. Aquele vilão essencialmente mau, como o Scar, ou um mocinho movido apenas por bondade, como Mufasa, ambos de O Rei Leão, são bons exemplos. Suas personalidades são muito bem definidas, ensinando às crianças os conceitos básicos de “maldade” e “bondade”.

Agora, se o público for de jovens adultos, por exemplo, as definições de “vilão” e “herói” precisam ser atualizadas. Quem já tem uma consciência formada sobre o mundo precisa ler histórias com personagens profundos e bem motivados. Não é bom que um personagem seja essencialmente mau e outro essencialmente bom. Todos os personagens precisam trazer uma bagagem emocional para que o leitor se sinta atraído a eles e, nesse ponto, a definição de vilão e herói se torna subjetiva e quem julga é o próprio leitor.

Podemos concluir o seguinte: a criação de bons personagens pode seguir uma linha estereotipada ou motivada, dependendo do público-alvo. Definimos se um personagem é bom ou não segundo a história em que ele está inserido.

Personagens criados a partir de motivações podem ser considerados bem mais profundos. Se você cria uma história para adultos ou jovens adultos e cria personagens rasos, é muito provável que seu público os considere como personagens ruins.

O paradigma a seguir fala sobre criação de personagens com boas motivações.

Criar personagens com camadas

Pare para pensar numa pessoa a quem você se sente atraído, não pela beleza nem por sentimento romântico, mas pelas qualidades dela. Talvez sua forma de encarar o mundo ou a força que ela tem. Pode ser também por sua inteligência ou sua visão singular das pessoas.

Definir isso é difícil porque nós apenas sentimos como as pessoas nos tocam, absorvendo isso quase que num processo de osmose. Parar para refletir sobre isso nos rende uma grande aventura “intraemocional” e daí descobrimos: pessoas são feitas por camadas e é assim que nossos personagens deveriam ser.

Observe o seguinte diagrama do paradigma:


Em linhas gerais, esse paradigma mostra como criar personagens com profundidade a partir de uma evolução centralizada e originada em sua personalidade.

A personalidade é a base fundamental de qualquer pessoa. É segundo ela que nós reagimos a tudo o que acontece à nossa volta e é com ela que nos relacionamos com os outros. No caso de personagens, a personalidade é quase sempre a maior fonte de identificação para o leitor – isso, por si só, já torna o personagem marcante.

A seguir temos a camada do passado do personagem, extremamente importante para definir o que ele é no meio da narrativa, como também para formar a base para suas motivações, a camada seguinte.

O personagem pode se fechar nessas três camadas, mas está inserido em um contexto onde elas serão testadas, modificadas e aprimoradas, seu ambiente, que o levará para algum futuro, ou seja, o desenvolver da narrativa.

Criação da personalidade do personagem

A personalidade mostra quem o personagem é, como ele reage ao que acontece em torno dele e seu modo de fazer as coisas. Muitos autores se baseiam em pessoas reais para criar a personalidade de seus personagens, para não dizer todos.

Autoconhecimento e sensibilidade são essenciais para a criação da personalidade de seus personagens. Quando um autor tem uma ideia fechada para começar a contar sua história, o próximo passo é voltar-se para quem estará nela.

Um exercício criativo interessante é sentar-se confortavelmente – mas não muito, para que você não pegue no sono – e fechar os olhos. Pense em um personagem por vez, imaginando sua voz, seu modo de falar, seu arco geral dentro da narrativa. Lembre-se de pessoas reais com quem quer que ele se pareça e, a partir daí vá formando a personalidade dele.

Quando você sentir que chegou numa personalidade completa e que se encaixa no propósito de seu personagem, abra os olhos e escreva quem ele é, descrevendo suas qualidades, seus sentimentos, seus defeitos e tudo mais que conseguiu pensar.

Feito isso, você terá a primeira camada de seu personagem.

Como criar o passado de seu personagem

A menos que seu personagem seja um recém-nascido, o passado dele é importante e imprescindível para sua história. É o passado que liga a personalidade às motivações do personagem, fazendo-o andar em direção ao futuro na narrativa.

Quando a ideia de uma nova história se fecha em minha mente e eu já sei muito bem o que quero escrever, desde o ponto inicial até o ponto final, começo a escrever o passado de cada personagem, narrando-o em primeira pessoa, para que eu possa continuar desenvolvendo suas emoções. É o que eu chamo de “diário de fulano” – “fulano” substitui-se pelo nome do personagem.

Faço isso para que o personagem se revele a mim, contando como foi sua infância, quais problemas sofreu, quais seus medos, suas perdas, seus ganhos. No final, tenho muitas páginas de um diário que nunca será usado no livro oficial da história. Sim, todo esse trabalho de escrever o passado é feito somente para que eu conheça meus personagens e saiba torná-los profundos durante a narrativa.

Mas não é um desperdício de história? De modo algum! Todas essas informações são usadas como um pano de fundo, algo subjetivo que coloco em meus livros – claro que esse é o meu modo de trabalho com o paradigma, você pode, e deve, encontrar seu caminho. Num próximo post vou dizer como conto o passado em meus livros.

O importante é criar um passado consistente, que justifique as ações e motivações do personagem.

A importância da motivação de cada personagem

A personalidade diz quem seu personagem é e o passado molda essa personalidade ligando-a às suas motivações, que são o que, de fato, farão a trama e narrativa seguirem e acontecerem. A motivação do personagem é a engrenagem que coloca tudo para andar.

Bons personagens têm motivações lógicas e coerentes com seu passado, sua personalidade e com a trama da narrativa. Nesse ponto, aqueles esterótipos de “vilão” e “herói” praticamente não existem e o leitor é o responsável por julgar as ações dos personagens.

Bons exemplos são os dois opostos das quadrinhos dos X-Men. O Professor Xavier luta por um mundo de igualdade entre humanos e mutantes, mas o preconceito e orgulho levam, tanto mutantes quanto humanos a se enfrentaram. Enquanto isso, Magneto busca aliviar o sofrimento dos mutantes por separá-los da humanidade usando a força. Não dá para julgar Magneto como um vilão inteiramente mau e nem o Professor como um herói inteiramente bom. Quando olhamos para o passado de cada um, vemos motivações coerentes, tornando a luta de cada totalmente justificável e aceitável.

Como criar uma boa motivação para seus personagens? Lembra-se daqueles diários que falei há pouco? A história escrita neles é a base para a história oficial e é de lá que virão as motivações, as vinganças, as conquistas, as superações.

O personagem em seu ambiente, rumo ao futuro

Armado com sua personalidade, seu passado e suas motivações, o personagem pode ser colocado no ambiente da narrativa, onde ele tomará suas decisões e seguirá o caminho escolhido pelo autor.

Esse ambiente o modifica com obstáculos, perdas, sofrimento, ganhos, acertos e seja lá o que mais o autor achar que deva acontecer. O personagem também modifica o ambiente, geralmente nas partes em que ele tem algum sucesso, no caso dos “bonzinhos” ou fazendo alguma desgraça, no caso dos “maus”.

Nesse ponto, seus personagens estão prontos para cruzarem a narrativa rumo ao futuro: o final da história. Esse caminho pode ser feito usando os 3 atos, a jornada do herói ou seja lá qual outro método o autor usar. O importante é sempre ser coerente com a proposta de sua história.

Crie personagens amáveis

Sejam antagonistas, protagonistas ou coadjuvantes, todos os personagens devem ser bem construídos. E você se surpreenderá quando seu leitor dizer que ele mais gostou de um personagem que você jamais suspeitaria.

Personagens amáveis, os que ficam marcados na mente do leitor, são só que o tocam de alguma maneira. A missão do autor é fazer com que isso aconteça e cada personagem criado é uma chance a mais de cumprir esse trabalho.

Boa escrita.

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Eu sou Murillo Costa, autor de Os Renegados, uma distopia pós-apocalíptica
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