As seis melhores distopias de todos os tempos

Que já fique claro que as seis melhores distopias de todos os tempos estão alistadas sob meu ponto de vista. Diga para mim quais suas favoritas usando a tag #PodLerOlhaEu lá no Twitter

Distopias são histórias que mostram o lado bruto e penoso da vida, muitas vezes em cenários apocalípticos e extremos, com governos autoritários ou corporações que dominaram tudo. Os personagens sofrem no decorrer da narrativa, sendo destruídos até o final – muitas vezes, até à morte.

Distopias são minhas histórias favoritas porque se apegam ao que a realidade é, exacerbando bastante, é claro, mas há um brilho especial nelas: revelam que o ser humano é muito mais forte do que aparenta e como é capaz de lidar com as piores situações. Elas revelam desde o pior das pessoas ao melhor delas.

As distopias que vou listar aqui vão de clássicos a histórias que foram lançadas ano passado. Não são só livros – livros, filmes e séries são apenas meios de se contar histórias.

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1 – Livro Nós, de Yevgeny Zamyatin

Considerado o primeiro romance distópico, Nós foi escrito em 1920/ 1921 pelo autor russo Zamyatin.

O livro narra a história de um cientista que vive em um mundo aparentemente perfeito, mas com uma sociedade opressora. O cientista entra em conflitos internos ao perceber que seu mundo não é o que aparenta ser e que o “Benfeitor”, governante supremo da nação, pode não ser tão “benfeitor” assim.

O cientista começa a externar esse conflito quando entra em contato com uma resistência ao governo do Benfeitor.

Como quase toda distopia, Nós leva o totalitarismo do governo e o conformismo da sociedade a extremos justamente para abrir os olhos do leitor a todas as formas de abusos que acontecem hoje e como somos conformados com isso – como nos deixamos alienar.

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2 – Livro 1984, de George Orwell

George Orwell foi um dos escritores e jornalistas mais destacado na luta contra o autoritarismo e opressão política. O trabalho dele é uma verdadeira obra-prima da distopia.

Natural da Índia Britânica, ele passou a viver na Inglaterra desde criança com a mãe e a irmã e, algum tempo depois, com o pai. Sua mãe fazia questão de os filhos se envolverem com arte, o que formou a base crítica e intelectual de George.

No livro 1984, George Orwell conta a história de um mundo em guerra perpétua entre três supernações: Oceania, Lestásia e Eurásia. Winston Smith, o protagonista de 1984, mora em uma província da Oceania chamada Pista de Pouso Nº1 – o que chamamos hoje de Inglaterra.

A sociedade de Winston é dominada pelo Grande Irmão, que vigia todos com câmeras e aparelhos chamados teletelas. O Grande Irmão é aclamado como um deus supremo, sendo obrigatório que todos se curvem e adorem sua imagem projetada nas teletelas todos os dias.

Winston mantém uma fraca chama de humanidade dentro de si por escrever um diário – escrever suas próprias ideias é um crime extremamente grave para o Grande Irmão. Essa força de duvidar das estruturas de sua sociedade vêm de seu trabalho no Ministério da Verdade, onde ele é encarregado de reescrever a história conforme ditada pelo Grande Irmão – no minuto atual, a guerra perpétua pode ser entre Eurásia e Oceania e, no minuto seguinte, a guerra sempre foi entre Lestásia e Oeania e a história do minuto passado é reescrita e nunca existiu.

1984 é genial e fez de George Orwell meu autor favorito. Esse livro deveria ser obrigatória nas escolas. Mesmo se você não gosta de distopia, deveria considerar MUITO ler esse livro.

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3 – Livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell

Quando falei que o trabalho de Orwell é uma obra-prima, não estava brincando.

Em A Revolução dos Bichos, ele trata da mesma linha conceitual de 1984, mas usando uma linguagem muito mais clara e uma narrativa que não abre muito espaço para divagações do leitor.

Em vez de todo o planeta, o cenário de A Revolução dos Bichos é um sítio onde os animais já estão exaustos de seu trabalho para o fazendeiro e decidem se rebelar, tomando o sítio para eles.

Os bichos formam uma sociedade liderada pelos porcos, que prometem trabalhar para que tudo funcione como um sonho de vida, onde todos os animais serão tratados com igualdade e justiça.

Claro que isso não é cumprido e aquela revolução lhes entrega algo pior do que viviam sobre o domínio do fazendeiro. Todos trabalham para os porcos dormirem e beberem dentro do casarão, lugar em que todos os animais eram proibidos de pisar.

O livro é uma parábola atual sobre conformismo e alienação ao totalitarismo, “onde não se sabe o que é porco ou o que é homem” e que “todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”.

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4 – Livro Jogos Vorazes, de Suzanne Collins

Antes que você discorde de mim, Jogos Vorazes, o primeiro livro da trilogia, é sim uma obra distópica muito importante para nossos dias porque conduziu jovens à leitura e conhecimento sobre autoritarismo, alienação e opressão, chamando a atenção deles para os clássicos listados acima. Foi assim comigo.

A história de Katniss Everdeen no paupérrimo Distrito 12, lutando para manter sua mãe doente e sua irmã pequena alimentadas com um mínimo para não morrerem de fome, enquanto tem lidar com a pressão da colheita para jogos de morte, inspiram qualquer um a sair de onde está sentado e enfrentar seus próprios problemas.

Jogos Vorazes é uma leitura épica, que ensina o valor da vida e dos nossos relacionamentos e que todos eles podem ser arrancados de nós por uma força governamental tirânica.

Meu grande lamento é que a série foi perdendo esses valores no decorrer de Em Chamas e, principalmente, A Esperança, para se tornar quase somente uma história de amor entre jovens.

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5 – Filme Matrix, das irmãs Wachowski

Ao contrário dos anteriores, Matrix não apresenta uma distopia política, mas sim tecnológica.

Nos anos 1999/ 2000, a humanidade celebrou sua criação: a inteligência artificial. Essas máquinas conscientes logo buscaram por seu lugar no meio da sociedade humana e foram recebidas com intolerância e arrogância, claro.

No filme, diz-se que não se sabe quem atirou primeiro, ou seja, quem iniciou a guerra das máquinas contra os humanos, mas não há dúvidas quanto ao resultado: as máquinas venceram e passaram a controlar toda a humanidade, aprisionando-as no lugar chamado Matrix.

O cenário pós-apocalíptico e a sequência intensa da história aprisiona o telespectador numa esfera de emoção e surrealismo. A ação se mistura a conceitos filosóficos e mitológicos que comprovam toda a complexidade do roteiro, elevando Matrix a muito mais que só um filme de ação.

O filme foi inspirado no livro Simulacro e Simulação, do filósofo francês Jean Baudrillard – curioso, mas esperado: ele não gostou do filme. E eu não consegui ler nem um quarto do livro dele.

6 – Filme Logan, derivado da franquia X-Men

Antes que você discorde de mim, Logan acaba de ser indicado ao Oscar.

Quem já me segue há algum tempo, sabe que as histórias dos X-Men são minhas favoritas. Logan é um filme belíssimo, para quem gosta ou não dos mutantes.

Logan conta a história de Wolverine no ano de 2029, quando os X-Men não existem mais e ele é obrigado a conviver com as consequências de seu passado intenso.

Da sua antiga equipe de heróis só restou o professor Xavier, o poderoso telepata, que sofre as fases terminais do Alzheimer, uma doença que destrói partes do cérebro, fazendo do professor uma arma mortal imparcial, controlada apenas por medicamentos que o colocam numa nuvem negra de insanidade.

O filme vai muito além de uma história de super-heróis, ele atinge o grau distópico por apresentar um Wolverine limitado e destruído aos poucos por si mesmo, que precisa cuidar de um amigo doente e proteger uma criança mutante das mãos de uma inescrupulosa corporação.

É um filme que te faz sentir a mesma dor dos personagens. Não há um mínimo fã que não tenha chorado litros assistindo a esse filme. Espero muito que ele ganhe o merecido Oscar! Muito! Talvez até podemos conversar sobre no PodLer dessa semana.

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Oi! Eu sou o autor Murillo Costa e também escrevi uma distopia.
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